INFORMAÇÕES:

CORREDEIRA-CARENADA
Thamnodynastes hypoconia (Cope, 1860)

Foto: Cassiano Woehl
Local: Costa Carvalho, Distrito de Itaió, Itaiópolis (SC) - Entorno da RPPN das Araucárias Gigantes.
Data: 20/08/2017


Características
O termo “carenada” no nome popular é por causa da quilha (saliência) ao longo das laterais do corpo – observe na foto). É uma espécie de pequeno porte, atingindo 70 cm de comprimento total, que possui o corpo bastante delgado (Giraudo, 2001). A cauda representa entre 20 a 29 % do comprimento total (Giraudo, 2001). Possui dentição opistoglifodonte(*) e sua peçonha causa um pequeno inchaço (edema) e dor no local da mordida (Achaval & Olmos, 2003; obs. pessoal). Quando ameaçada, costuma achatar o corpo dorso-ventralmente e desferir mordidas (Marques et al., 2001; Achaval & Olmos, 2003).

(*) As serpentes opistóglifas, também chamadas de opistoglifodontes, são dotadas de um ou mais pares de presas na região posterior dos maxilares superiores, com canais por onde passa a peçonha. A localização de suas presas dificulta a inoculação do veneno; e, por esse motivo, suas picadas, na maioria das vezes, não causam acidentes sérios.

Reprodução
É vivípara (não põe ovos como a maioria das serpentes), com ninhadas compostas por 4 a 12 filhotes (Achaval & Olmos, 2003).

Ecologia
Ocupa áreas abertas com vegetação baixa e possui hábito semi-arborícola, podendo ser encontrada sobre árvores baixas e arbustos (Marques et al., 2001; Achaval & Olmos, 2003). Possui atividade noturna e alimenta-se de anuros e lagartos (Marques et al., 2001).

Distribuição geográfica
Ocorre no nordeste, centro-oeste, sudeste e sul do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina (Franco, 1999, Giraudo, 2001). É uma serpente típica da Mata Atlântica e dos Pampas Gaúchos (campos naturais, ecossistema predominante no Rio Grande do Sul e países confrontantes que caracterizam-se pela presença de uma vegetação rasteira, gramíneas, e pequenos arbustos distantes uns dos outros).

Agradecimentos
Agradecemos ao Analista Ambiental do ICMBio Marco Antonio de Freitas por ter gentilmente identificado esta espécie. Marco é zoólogo, especialista em serpentes, e autor de várias publicações cientificas e livros técnicos sobre o tema. Atualmente ele trabalha na unidade de conservação federal, ESEC Murici, em Alagoas.

Referências bibliográficas
BORGES-MARTINS, M.; ALVES, M.L.M.; ARAUJO, M.L. de; OLIVEIRA, R.B. de & ANÉS, A.C. 2007. Répteis p. 292-315. In: BECKER, F.G.; R.A. RAMOS & L.A. MOURA (orgs.) Biodiversidade: Regiões da Lagoa do Casamento e dos Butiazais de Tapes, Planície Costeira do Rio Grande do Sul. Ministério do Meio Ambiente, Brasília. 385 p. Thamnodynastes hypoconia

Achaval, F. & Olmos, A. 2003. Anfíbios y Reptiles del Uruguay. 2a edición. Montevideo, Graphis. 136 p.

Franco, F. L. 1999. Relações filogenéticas entre os gêneros da tribo Tachimenini Bailey (1967) (Serpentes, Colubridae). Tese de Doutorado, Instituto de Biociências, USP. São Paulo. 252p.

Giraudo, A. 2001. Serpientes de la Selva Paranaense y del Chaco Húmedo. Buenos Aires, L. O. L. A. 328 p.

Laporta-Ferreira, I. L.; Salomão, M. G. & Sawaya, P. 1986. Biologia de Sibynomorphus (Colubridae, Dipsadinae) - Reprodução e hábitos alimentares. Rev. Bras. Biol., 46:793-799.

Leitão-de-Araujo, M. 1978. Notas sobre ovos de serpentes (Boidae, Colubridae, Elapidae e Viperidae). Iheringia, Sér. Zool., 51:9-37.

Marques, O. A. V.; Eterovic, A. & Sazima, I. 2001. Serpentes da Mata Atlântica - guia ilustrado para a Serra do Mar. Ribeirão Preto. Holos. 184 p.
 
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