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INFORMAÇÕES:

SERELEPE - Ingram's squirrel, Atlantic Rainforest squirrel
Guerlinguetus ingrami

Ordem: Rodentia
Família: Sciuridae

Foto: Germano Woehl Junior
Local: RPPN Santuário Rã-bugio – Guaramirim, SC
Data: 05/11/2017


Ameaças
Caça e a destruição de seu habitat. Gatos domésticos introduzidos na natureza também são uma ameaça, já que os capturam com muita facilidade, apesar da grande agilidade do serelepe em se locomover. 

Descrição
O serelepe é um roedor muito ágil. Mede cerca de 30 cm com a cauda e seu peso pode atingir 100g. Seus dentes são bem fortes e estão sempre crescendo, uma adaptação para conseguir seu principal alimento, que está dentro dos coquinhos bem duros, que precisam, portanto, ser roídos. 

Alimentação
Seu alimento favorito são os coquinhos do coqueiro-jerivá, tucum, palmito e do butiá. Com muita habilidade ele remove a polpa e imediatamente passa a roer o coquinho até extrair seu conteúdo (a parte germinativa dos coquinhos). No caso dos frutos do palmito, geralmente ele come a polpa e descarta a semente.

Na GALERIA DE FOTOS está disponibilizada a imagem dos coquinhos roídos. Quando o coquinho é grande o padrão de corte é em forma de V, como está na foto, pois desta forma o serelepe pode acessar todas as câmaras do coquinho. Já os coquinhos menores são cortados ao meio. No caso desta abertura do coquinho em V, o serelepe faz duas fendas em V no coquinho e depois quebra a base fazendo uma alavanca com os dentes.

Costuma esconder os coquinhos enterrando-os no chão, nas bromélias, saliências e ocos das árvores. Como ele “esquece” de alguns, estes acabam germinando. 

Assim, o serelepe é um grande dispersor das sementes do coqueiro-jerivá, tucum e butiá. Alimenta-se também dos frutos da licurana (Hieronyma alchorneoides), bacupari (Garcinia gardneriana), jabuticaba (Plinia trunciflora), helicônia (Heliconia farinosa), de liquens, além de diversos outros tipos de sementes. Come bananas também.

Alguns animais invertebrados, como lagartas e gorós (larva de besouros, que encontra em paus podre), também fazem parte de sua dieta. Na floresta de araucária, ele se alimenta também de pinhões, atuando como dispersor de araucárias. 

Reprodução
Atinge maturidade sexual ao completar o primeiro ano de vida. O período de gestação é de 28 a 45 dias, nascem de 2 a 3 filhotes. Quando a fêmea com filhotes se sente ameaçada, os transporta carregando-os presos em sua boca, pelo pescoço, para um lugar mais seguro.
Constrói seu aconchegante ninho nas forquilhas de árvores, entre as bromélias ou no centro das folhas do palmiteiro, enchendo-os com folhas e gravetos frescos (colhidos numa árvore próxima), construindo, assim, uma grande bola, tarefa que pode levar de 3 a 5 dias. Seu ninho fica bem protegido, no interior dessa bola de folhas, que é forrado com fibras da casca de embaúba e de outras árvores. Assista ao vídeo abaixo para ver o serelepe colhendo as fibras de casca de uma árvore seca. para Pode também utilizar as cavidades das árvores. 

Observações
É uma espécie arborícola, mas desce das árvores para buscar alimento ou enterrar sementes. Tem hábito diurno, quase uma exceção entre os mamíferos da Mata Atlântica, já que a maioria apresenta hábitos noturnos. 

Costuma ser muito arisco quando encontrado na natureza. No entanto, quando tem contato frequente com as pessoas e não é ameaçado fica muito dócil, como os esquilos norte-americanos e entra até na cozinha das residências em busca de alimentos nos armários e pede comida para as pessoas. Observamos que os filhotes desses serelepes mansos ficam mais dóceis ainda. Frequenta as áreas urbanas onde tem coqueiro-jerivá e butiá nos quintais e jardins. Não se torna abundante porque geralmente as pessoas matam e também são presas fáceis de gatos domésticos.

Tem grande agilidade para se deslocar entre as árvores, saltando entre elas por até 2 metros de distância. Sua presença é notada observando os coquinhos roídos (geralmente em forma de “V”) embaixo dos coqueiros jerivás ou pelo som produzido ao roer os coquinhos, bem característico. 

À noite eles costumam dormir em ocos de árvores ou entre as bromélias no alto das árvores. 

Na literatura consta que pode viver por cerca de 15 anos, mas observamos na RPPN Santuário Rã-bugio que indivíduos bem conhecidos, com algumas marcas na pelagem, desapareceram em 5 anos. Provavelmente, com a idade eles não vão perdendo a agilidade e rapidez das manobras de fugir de predadores.

VÍDEOS: 
 
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