Foto: Germano Woehl Jr. Local: RPPN Santuário Rã-bugio - Guaramirim, Santa Catarina Data: 05/11/2017
O acasalamento com mais de um macho como mostrado na imagem principal é comum ocorrer. As vezes, até 3 ou 4 machos participam. Este comportamento é chamado de poliandria.
Tamanho O tamanho do corpo do macho é 55 mm. As fêmeas são maiores e podem atingir até 75 mm
Estratégia de Reprodução Os ovos envolvidos com gel são enrolados nas folhas de árvores, ou arbustos, suspensas sobre a superfície das lagoas temporárias, no meio ou nas bordas da floresta. Entre 7 a 30 dias, os girinos eclodem e caem diretamente na água onde completam seu desenvolvimento, após cerca de 80 dias. As desovas contêm, em média, 172 ovos férteis, isto é, que vão permitir o desenvolvimento do embrião e produzir girinos. Esta média foi obtida contando os girinos que eclodiram de 30 desovas durante uma temporada. Na lagoa principal da RPPN Santuário Rã-bugio, em Guaramirim (SC), ocorrem entre 500 e 550 desovas por ano (por temporada). Sabe-se que uma fêmea pode desovar mais de uma vez na mesma temporada. Este número de desova registrado se manteve constante durante 5 anos de monitoramento. Portanto, por ano, são produzidos somente nesta lagoa cerca de 94.000 girinos. Devido à ação dos predadores somente alguns chegarão na fase adulta.
A filomedusa vive nas árvores e a cor verde serve para ficar camuflada nas folhas, não sendo facilmente notada pelos predadores, pássaros geralmente. A destruição dos locais apropriados para reprodução está levando esta espécie à extinção. Em vários lugares de Santa Catarina, ela já desapareceu. A formação de lagoas nas áreas de brejos para criação de peixes provoca o rápido extermínio dessa perereca. Seus girinos são presas fáceis para diversas espécies de peixes predadores.
Por isso, sua reprodução é bem sucedida em lagoas temporárias (que secam durante o inverno), onde não há possibilidade de peixes ou outros predadores se desenvolverem. Como o período de desenvolvimento dos girinos (cerca de 80 dias) é relativamente longo, as estiagens prolongadas no período de reprodução (de setembro a fevereiro), que vêm ocorrendo com bastante freqüência devido aos desmatamentos, estão afetando a população dessa espécie, mesmo em áreas bem preservadas.
A ausência dos anfíbios rompe o equilíbrio dos ecossistemas porque eles estão na base da cadeia alimentar. Na Mata Atlântica, além das cobras, diversas espécies de aves e mamíferos (mão-pelada, quati, gato-do-mato, cachorro-do-mato etc.) alimentam-se de anfíbios (clique no site o link: "os predadores" para saber mais). Portanto, o extermínio deles provoca o desaparecimento de várias espécies da fauna.
Distribuição geográfica Região Norte de Santa Catarina, Paraná e sul de São Paulo.