BERBIGÃO-DE-ÁGUA-DOCE - basket clams
Corbicula largillierti (Philippi, 1844)
Classe:Bivalvia
Subclasse: Heterodonta
Ordem: Veneroida
Subordem: Sphaeriacea
Superfamília: Corbiculoidea
Família: Corbiculidae
Foto: Germano Woehl Junior
Local: RPPN Corredeiras do Rio Itajaí - Itaiópolis, Santa Catarina
Data: 15/08/2013
Trata-se de uma espécie de água doce invasora originária da China. Espécie endêmica dos lagos do sistema do rio Yangtze Kiang na China. Foi introduzida no Brasil pelos navios provenientes da China, provavelmente pelo despejo da água de lastro destes navios estrangeiros que transportam soja. Os primeiros registros de ocorrência no Brasil ocorreram na década de 80. O porto de Itajaí, exportador de soja, a 150 km de distância da RPPN Corredeiras do Rio Itajaí, fica dentro do rio Itajaí-açu.
As espécies de berbigão da família Corbiculidae liberaram uma grande quantidade larvas nas águas. A eclosão das larvas ocorrem no interior das conchas (ovovivíparas). A fecundação é interna.
A larva do berbigão é muito pequena, invisível a olho nu. Ainda que ela possa nadar, a maior parte de seu deslocamento ocorre de modo passivo, isto é, transportada pelas correntes aquáticas, aderida em cascos de barcos, redes ou qualquer coisa molhada, podendo vir a contaminar locais que ainda estavam livres desta espécie invasora.
Na RPPN Corredeiras do Rio Itajaí, em Itaiópolis, Santa Catarina, provavelmente foram as aves aquáticas, como o biguá (Phalacrocorax brasilianus) os vetores que levaram entre suas penas molhadas as minúsculas larvas do berbigão rio acima, a 600 metros do nível do mar, do ponto onde o rio desemboca no Porto de Itajaí, até as cabeceiras do rio Itajaí, já que este rio não permite navegação devido às corredeiras muito fortes. Bandos de biguás podem facilmente ser vistos transitando por toda a extensão do rio Itajaí, mergulhando nas áreas de remanso e pousando sobre as pedras.
Por ter uma grande capacidade de reprodução e dispersão, além de praticamente não ter predadores na fauna daqui, o berbigão se espalha com rapidez, e por isso a espécie é considerada invasora. Pelos danos que causam, as espécies exóticas invasoras são consideradas “poluição biológica”. Estudos mostram que as invasões biológicas são a segunda maior causa de extinção de espécies, atrás apenas da destruição de habitats.
Agradecemos ao Geógrafo Aisur Ignacio Agudo Padrón pela identificação da espécie e informações
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