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INFORMAÇÕES:

ARUÁ-DO-BANHADO
Pomacea canaliculata (Lamarck, 1819)

Outros nomes populares: Aruá, ampulária, arauaná, aruá-do-banhado, aruá-do-brejo, caramujo-do-banhado, fuá ou uruá

Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Ordem: Mesogastropoda
Familia: Ampullariidae


Foto: Germano Woehl Jr
Local: Entorno da RPPN Santuário Rã-bugio, Guaramirim SC
Data: 09/10/2023



É um molusco gastrópode aquático pertencente à família dos ampularídeos (Ampullariidae). É uma espécie de grandes caramujos com brânquias e opérculo. Esta espécie está na posição 74.ª na lista 100 das espécies exóticas invasoras mais daninhas do mundo. Também é classificada como a 40.ª pior espécie exótica na Europa e a pior espécie exótica de gastrópode na Europa.

Características
A concha dos aruás é globular, com cores tipicamente variando numa mistura muito variável de marrom, preto e amarelo-acastanhado; há indivíduos de cor dourada e também albinos. O tamanho da concha é de até 3 cm de diâmetro, conforme pode ser visto na escala das imagens da galeria de fotos, clique aqui .

Alimentação
Esses moluscos são extremamente polífagos e alimentam-se de matéria vegetal (principalmente macrófaga, alimentando-se de plantas superiores flutuantes ou submersas), detrítica e matéria animal. A dieta pode mudar conforme a idade, com indivíduos jovens se alimentando principalmente de algas e detritos enquanto indivíduos mais velhos e maiores (15 milímetros e acima) posteriormente mudando para plantas maiores. Esta espécie afeta negativamente a agricultura de arroz e taro (Colocasia esculenta) em todo o mundo onde foi introduzida.

Reprodução
Os aruás são animais polígamos que copulam com frequência de duas a três vezes por semana. A cópula é demorada e pode durar até 12 horas, sendo realizada debaixo da água. São postos de 12 a mil ovos, normalmente menos que 300, em massas alocadas em vegetações. Em climas temperados, a fêmea posta os ovos num período que se estende do início da primavera ao início do outono. Nas áreas tropicais por sua vez a reprodução é contínua. A duração desse período reprodutivo diminuí conforme a latitude para um mínimo de seis meses no limite sul da sua distribuição natural. As fêmeas adultas depositam seus ovos nas vegetações que emergentes durante a noite, mas também podem postar em rochas ou até mesmo barcos. Ovos de aruá são geralmente postos em massa aderidos em vegetação emergida de água doce. Esses ovos levam cerca de duas semanas para eclodir e neste período perde suas cores brilhantes. A primeira evidência direta (de todos os animais), de que o inibidor de proteinase de ovos de aruá interage como inibidor de tripsina com a protease de predadores em potencial, foi relatada em 2010.

Habitat
A espécie vive em águas frescas de lagos, rios, alagados e banhados e tolera as mais variadas temperaturas. Em seus ambientes naturais, eles dependem das vegetações que emergem das águas para depositar seus ovos. Em locais onde é invasor, podem utilizar plantações de arroz e outras plantações para se reproduzir. Em Guaramirim (SC) foi encontrado em um reservatório (lagoa) ao lado de plantações de arroz irrigado por inundação.

Predadores
Na América do Sul, o aruá é predado pelo gavião-caramujeiro (Rostrhamus sociabilis), carão Aramus guarauna , saracura-do-mato Aramides saracura Os ovos do aruá contém substâncias tóxicas para os predadores.

Parasitas
Em 2009, em locais de venda de alimentos da Cidade de Dali em Iunã, na China, observou-se que aproximadamente 1% desses moluscos que se encontravam a venda estavam infectados com Angiostrongylus cantonensis (nematoide causador de angiostrongilíase e meningite eosinofílica, doenças que no Brasil são associadas ao caramujo-gigante-africano).

Distribuição geográfica
A distribuição original da espécie é basicamente tropical e subtropical, incluindo países como Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Brasil. O local mais ao sul em que a espécie foi encontrada é o reservatório Paso de las Piedras, ao sul da província de Buenos Aires, na Argentina.

Espécie invasora
A espécie pode ser encontrada nos Estados Unidos, onde sua introdução provavelmente ocorreu a partir de aquários. A distribuição não-indígena inclui: lago Wawasee no condado de Kosciusko, Indiana; parque Langan e Three Mile Creek em Mobile, Alabama; uma lagoa na fronteira com o delta do rio Mobile-Tensaw no condado de Baldwin, Alabama; pequeno rio Wekiva em Orlando, Flórida; um lago perto de Jacksonville, Flórida; reservatório Miramar no Condado de São Diego, Califórnia; e uma lagoa perto de Iuma, Arizona. Populações estabelecidas existem na Califórnia e no Havaí.

É encontrada também na China desde 1981, com a cidade de Chonxã sendo considerada o ponto de distribuição. No Chile é encontrado desde 2009 com distribuição restrita. Além disso, pode ser também encontrado nas Filipinas, Japão, Coreia do Sul, Taiuã, Vietnã, Camboja, Laos, Papua Nova Guiné, partes da Indonésia e Malásia, Cingapura e Guame. O molusco foi introduzido no leste asiático em 1980, como uma iguaria e também como animal de aquário. Sua introdução pode ter iniciado em Taiwan, partindo então para o Japão, depois Tailândia e Filipinas. Dali, ou escaparam ou foram soltos, se multiplicando e tornando-se uma grande praga agrícola. Em 3 de Dezembro de 2020 o primeiro exemplar foi encontrado em continente africano, na Constituinte de Muea, no condado de Quiriniaga, no Quênia.

Agradecimentos

Agradecemos ao Geógrafo Aisur Ignacio Agudo Padrón pela identificação da espécie

Referências

Aisur Ignacio Agudo-Padrón, 2023, Moluscos Continentais II - Pesquisas Regionais em Santa Catarina, Brasil

Aisur Ignacio Agudo-Padrón, 2022, Situação do inventário sistemático de moluscos não marinhos no Estado de Santa Catarina/ SC, região Central-Sul do Brasil: revisão de seu status taxonômico atual e ajustes no quadro de espécies reportadas, Brazilian Journal of Animal and Environmental Research, v.5, n.3, p. 3101-3117, jul./set., 2022
 
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